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Estado brasileiro na encruzilhada. Já sabemos o que a Globo quer... e você?

Queria poder dizer que criei esta montagem, mas não... recebi de um seguidor no Facebook, como comentário a um artigo anterior. rs ...

19.11.16

Post "12 milhões de desempregados": o comentário da guru do blog, "MARIA"


Post "12 milhões de desempregados": o comentário da guru do blog, "MARIA"


Este é um artigo interessante publicado pelo nosso amigo Romulus em seu novo blog, não porque trate da triste realidade dos índices de desemprego que não param de crescer em meio à crise da economia, mas porque procura entender as razões desse desastre. E entendê-las não em termos dos elaborados cálculos econômicos das razões - e mentiras - de Meireles e do governo golpista de Michel Temer, mas dos dogmas da teoria econômica que as sustentam. Um artigo de reflexão, portanto, mais que de comentário e análise do noticiário político.


De fato, no noticiário, desde a farsa do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o novo governo ilegítimo prometia reverter a crise econômica - naturalmente provocada pela "gastança" irresponsável das políticas do PT - e trazer de volta os investidores para socorrer nossa economia combalida, desde que restaurada a sua confiança, após a correção do desequilíbrio fiscal. Desta ficção faz parte a famigerada PEC que agora tramita no Senado com o número 55. E, no entanto, como disse Lula recentemente, há 5 meses, desde que o Temerário usurpou o poder, "só se ouve falar em crise". Por quê?

Não é apenas porque o modelo neoliberal que se tenta implantar a qualquer custo no país acabe por favorecer os interesses do capital financeiro, dos banqueiros e rentistas, justamente os que desde o início deram maior apoio ao golpe, passando a ocupar cargos-chave no novo governo. Há uma razão de fundo para isso, responsável pelo fato de que não sejam ouvidas nem as tímidas recomendações recentes do FMI sobre a necessidade de investimentos estatais para repor nos trilhos a economia mundial, e não as "medidas amargas" da contenção dos gastos, que só aprofundam a recessão, agravando ainda mais a crise.

A razão de fundo é a maneira pela qual a teoria econômica pensa seu próprio objeto, seus métodos de análise e a aplicação das políticas que daí decorrem. Esta a reflexão a que se dedica o artigo. Trata-se de uma crítica à concepção de racionalidade que sustenta a ficção do "homo economicus" da teoria clássica, compartilhando a fé no poder ilimitado da razão que o positivismo do século XIX transformou em base do pensamento científico moderno. No entanto, no mundo contemporâneo, onde "tudo o que é sólido se desmancha no ar", a chamada "pós-modernidade" corroeu de modo irreversível essa crença, substituindo a razão triunfante pela sua crítica, que leva à adoção de novos paradigmas, baseados na confiança em uma "razoabilidade" nas decisões econômicas, capaz de levar em conta a rapidez das mudanças na sociedades contemporâneas.

Com sua dupla formação de economista [Nota de Romulus: eu comecei mas não terminei Economia!] e jurista, Romulus mostra uma crítica análoga que deve ser feita ao Direito, para completar o quadro analítico que nos permite compreender por que nem da atuação do STF se deve esperar um freio ao descalabro responsável não só pela existência de 12 milhões de desempregados, como também pelo rumo certo do abismo, em direção ao qual está sendo jogado o país.

Para além do interesse político imediato dessa análise, creio que ela nos oferece um material interessante para refletir sobre outra questão de fundo que vem me inquietando há algum tempo, o individualismo da sociedade do espetáculo, responsável por outros tantos desastres políticos, como os que puderam ser vistos nas últimas eleições, aqui e no mundo. Minha inquietação envolve uma desconfiança geral sobre os novos conceitos da chamada pós-modernidade, que têm no seu centro uma nova visão do lugar do indivíduo na vida social, precisamente aquela que corrói no plano dos valores e das condutas noções como solidariedade, organização coletiva de interesses em sindicatos e partidos etc.


É inevitável que, dentro desses novos marcos, a questão das subjetividades venha a ocupar um lugar privilegiado, parecendo autorizar a expressão irrestrita de suas demandas, inclusive aquelas provenientes do inconsciente, que agora se trata também de explorar.

E não deixa de ser uma ironia que, procurando criticar o individualismo metodológico do pensamento moderno, que <<Marx>> e <<Freud>> tanto trabalho tiveram para desconstruir, mostrando as estruturas inconscientes que sustentam a vida das sociedades e dos indivíduos...

<<a pós modernidade volte a um individualismo ainda mais radical>>

... com os evidentes prejuízos políticos que vemos mundo afora, como comprova a ascensão da extrema direita, que deveria ser hoje nossa máxima preocupação.

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