Destaque:

Estado brasileiro na encruzilhada. Já sabemos o que a Globo quer... e você?

Queria poder dizer que criei esta montagem, mas não... recebi de um seguidor no Facebook, como comentário a um artigo anterior. rs ...

17.5.17

"Brazil (vira-lata) conference" Vol. 2: platitudes e mistificações numéricas grosseiras. Tudo “para inglês (?) ver”

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"BraZil (vira-lata) conference" Vol. 2: platitudes e mistificações numéricas grosseiras. Tudo “para inglês (?) ver”



Por Romulus


“Reportagem” – mais para press-release... - da Folha transcreve, sem nenhuma análise ou contraponto, falas de algumas autoridades e executivos ~brasileiros~ (deve ser por falta de opção...) no tal do “Brazil (vira-lata) Forum”, realizado nas chiquérrimas (!) Londres e Oxford, no último final de semana.


Quem desta vez?


A “CEO” (sic) da TAM, o infalível Ministro Luis Roberto Barroso, do STF, e Armando Monteiro, Senador e ex-Ministro do Desenvolvimento ~Indústria~ e Comércio de Dilma.


Preparem-se: só “pérolas”!




*


Anteriormente – Vol. 1:





*


O press-release, digo, “reportagem”, do...


- ... “colunista da Folha em Londres”


Com um título ~definitivo~, conforme verão abaixo.




Análise do título da "reportagem" (sic):

(1) “em números”.

Ou seja: o “inapelável” de um teorema matemático.

Onde?

(2) "na Inglaterra".

Ora, na "metrópole", onde mais?

Ok...

E esses "números", "na Inglaterra", servem para quê?

Para...

(3) “~expor~ vícios (sic) brasileiros”.

*

Na ~minha~ matemática:

(1) + (2) + (3) = vira-latas indo à loucura!

*

Mas continuando:



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*


A “CEO” (sic) da TAM


Para começar, a "CEO" – "chic", né? Na minha época era “só" "Presidente", sabe... – não sabe usar percentagens e regras de três, tadinha!


Diz ela que, por causa da legislação trabalhista brasileira, a aeromoça da TAM pode fazer apenas *3* viagens SP/Londres por mês. Enquanto isso, a da British poderia fazer *4*.


A “CEO” (sic), para sua declaração ter mais impacto, concluiu então que a “legislação brasileira ~reduz~ a produtividade” da aeromoça.


Em quanto?


- “Em 33%” (!).


Ora, pela ótica da ~redução~, a diminuição de *4* para *3* viagens significa que a aeromoça da TAM pode fazer *25%* a menos.


Não *33%*, Dona "CEO" (sic)!


Ai, ai, ai...


A educação no Brasil deve estar mesmo a "tragédia" que eles apontaram no “Vira-lata fórum”, não??


Regra de três e porcentagem mandaram lembranças – saudosas... – para a “CEO” (sic)!


Tá bom para vocês?


Pois tem muito mais!


Segue ela:


“A TAM não pode voar de São Paulo para ~Doha~, no Oriente Médio, pois o voo é mais longo do que a jornada permitida a ~funcionários brasileiros~ pela lei trabalhista que rege a aviação. (...) O resultado: diariamente, uma ~companhia árabe~ faz esse voo, sem concorrente brasileiro”.


Joia!


Quer dizer que agora os países do Golfo viraram o paradigma de relações trabalhistas... "saudáveis"?


Logo eles, conhecidos mundialmente pela exploração de trabalhadores vindos do subcontinente indiano e do sudeste asiático, reduzidos à condição de escravidão...


E no deserto: a 50 graus!


O Google dá uma ideia de com o que sonha a “CEO” (sic) para o Brasil:


- Comissários de bordo dos EUA acusam linhas aéreas ~do Golfo~ de práticas trabalhista “deploráveis”.
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- ~Mercado~ da miséria humana: migrantes ~importados~ que, por falta de alternativa, se sujeitam à exploração.
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- “Escravos ocultos”.
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A genial “CEO” (sic) vai além:


"O maior imposto sobre o insumo é o ICMS, estadual. Disse que São Paulo cobra 25% e o ~Rio~ cobra 12%. Por isso, a empresa procura encher o tanque no Rio".


Diga-me, “CEO” (sic):


- Qual desses dois Estados – SP ou RJ – está ~falido~ justamente pela erosão da sua capacidade de arrecadação tributária em virtude de um festival irresponsável de desonerações por governos corrompidos por lobbies setoriais??


O Rio?


- Bingo!


*


“CEO” (sic) – a geógrafa ~interestelar~


Segundo ela, ainda...


"o Brasil é o único país do ~universo~ que provoca poluição com tributos sobre a aviação".


Poxa, tem mais detalhes Dona “CEO” (sic)?


Muito curioso para conhecer a política ambiental e tributária de...


- ... Marte e Saturno!


E isso só para ficar no nosso Sistema Solar, tá?!


*


Conselho


Amiga “CEO” (sic), um conselho:


- Continua mesmo fazendo carão de "CEO" (sic) aí onde você emplacou...


(“CEO”? Foi na base do “fake it until you make it”?).


Porque sem operações elementares de matemática e geografia (~intra~-planetária) fica difícil descolar outra coisa...


Ainda mais com esse desemprego em massa que você e seus colegas “CEOs” (sic) ajudaram a implantar no Brasil!


*


Infalível: as platitudes e as mistificações rasas do Ministro Barroso/STF


Sempre em colóquios “bacanas”, no exterior!


Mais do que conhecimento básico, o que falta ao Min. Barroso é boa-fé mesmo.


Segundo ele "98% dos processos trabalhistas em todo o planeta" estão no Brasil.


(Diferentemente da “CEO”, ele, pelo menos, parou pelo Planeta Terra, né? Já é um avanço...)


Enquanto que "o país tem [só] 3% da população mundial".


Ó, Deus!


Será que isso quer dizer que nos outros países não existem conflitos nas relações trabalhistas?


Ou que o meio de solução de controvérsias patrão-empregado é outro?


E, indo além, que as empresas brasileiras violam, de forma contumaz, os direitos dos trabalhadores??

*


Ai, ai...


Barroso, Barroso...

Nosso freguês contumaz:

















*


Senador Armando Monteiro e suas estatísticas “fantásticas”


Segue o press-release, digo, “reportagem”, da Folha:


"O senador Armando Monteiro (PTB-PE), que foi ministro do governo Dilma Rousseff até o impeachment, citou um dado revelador 'da atividade da economia brasileira' (sic): as despesas dos governos cresceram 6% ao ano ao longo dos últimos 25 anos, enquanto a economia patinou ou cresceu pouco na maior parte desse período".


Amigo, *6%* ao ano em *25* anos quer dizer que, no período, as despesas mais que ~quadruplicaram~!!


Será isso mesmo?


Ou será que o Senador “não sabe” trabalhar com juros compostos??


Senador, já tem calculadora – grátis! – disponível na internet para isso, olha só:


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Mas vamos acreditar, por um minuto, na sua “estatística”, tá, Senador?


Quanto disso foi despesa financeira, com ~juros~ da dívida?


Da parte das ~receitas~, quanto disso ~deixou de vir~ da ~sua~ indústria, Senador?


Aquela que nadou em desonerações no governo Dilma, onde o Senhor serviu como porta-voz do setor??


Em nome da responsabilidade fiscal, diante dessa (mais que) “quadruplicação” das despesas do Estado, suponho que o Senhor seja então favorável à recomposição da capacidade de arrecadação, certo?


Quer dizer então que o Senhor e seus colegas da Indústria finalmente vão querer entrar na vaquinha do ~pato~ com o resto da população brasileira??


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É isso??


Folgo em saber, Senador!


*


Tá bom para vocês?


Pois ele continua:


"A produtividade do trabalho também patinou, contou ele: nos últimos 20 anos, cresceu à razão de 0,68% por ano. Enquanto isso, nossos concorrentes cresciam reduzindo preço e aumentando a competitividade de seus produtos (as empresas ~por isso~ vão embora do Brasil)".


"As empresas vão embora", é?


“Por isso”??


Fantástico, Senador!


Olha esses gráficos aqui, da UNCTAD, com o ranking mundial (por país), de recebimento de investimentos diretos estrangeiros:


(Pré-golpe - sempre entre os 5 primeiros do ranking)


- 2011: Brasil em quarto lugar.
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- 2012/2013: Brasil em quinto lugar.
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- 2014: Brasil em quinto lugar.
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(Pós-terceiro turno contra Dilma, patrocinado por Eduardo Cunha/PSDB/Lava a Jato e austericídio do Joaquim Levy)



- 2015: Brasil em ~oitavo~ lugar, com valor absoluto menor.
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- 2016: Brasil em sexto lugar, com valor absoluto ainda menor.
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Numa escolha moralmente complicada, prefiro acreditar que o Senador fez as suas “considerações” por má-fé ~engajada~...


(Adivinhem ~onde~ que ele vai defender que se corte para “diminuir custos e aumentar a competitividade”?? Nas subvenções à indústria é que não será...)


Sim, porque imaginar tamanha ignorância de alguém que ocupou o Ministério que ele ocupou mostraria que a “embananação” do Brasil já começou bem antes do golpe...


Custa-me crer que um Ex-Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio não saiba que os principais fatores (drivers) de atração de investimento estrangeiro direto para o Brasil tenham sempre sido, historicamente:


- O seu grande mercado consumidor;


(hoje deprimido, todos sabemos bem por quê...)


- Os seus recursos naturais;


(hoje entregues a preço de banana em jogadas malandras, mas nem mesmo assim a coisa vai de vento em popa...)


e...


- A sua estabilidade político-institucional e macroeconômica.


(“estabilidade político-institucional”??
hahahahahahahaha!
Vocês aleijaram ela em 2015, inviabilizando o governo Dilma 2!
E, finalmente, deram uma marretada no crânio e desligaram os aparelhos com o golpe de 2016!
Já era!
Só com mais 30 anos para reconstruir o respeito internacional, como fizéramos, com muito esforço, do longínquo 1988 para cá!)


O investimento estrangeiro em busca de competitividade em tradables (efficiency-seeking investment) nunca teve o Brasil como destinação preferencial, Senador!


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Tem muitos outros países com salários (ainda mais) de miséria, impostos e tarifas (de utilities) baixos...


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- ... lá no Sudeste Asiático!


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Brasil: “elite” (aspas!) jeca e pedante


- “CEO” (sic) da TAM;


- Min. Barroso; e


- Armando Monteiro...


É por essas e por outras que eu não canso de repetir que a nossa “elite” é jeca e pedante.


E que é, na verdade, não uma “elite” mas sim uma ~oligarquia~... um estamento de eternos “nouveaux riches”, hereditários na sua falta de cultura, de geração em geração.


Jecas que são, sempre miram no esnobismo, erram e acertam no...


- ... pedantismo!


Ou seja, na ~falsa~ erudição.


Aliás...


Não era o Miguel Arraes – fundador do PSB, partido do Senador Armando Monteiro! – quem dizia que só tinha salvação para o Brasil jogando a sua “elite” ao mar??

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Mais sobre nossa "elite":










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- "Brazil (vira-lata) conference" Vol. 2: platitudes e mistificações numéricas grosseiras. Tudo “para inglês (?) ver”
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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como "uma esquerdista que sabe fazer conta". Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.





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