Publicado 22/1/2018 – 00:44
Atualizado 23/1/2018 – 5:23
Conforme prometido desde dezembro do ano passado, o Duplo Expresso traz, com exclusividade, o depoimento – explosivo! – de fonte de dentro da Odebrecht relatando a farsa que é a “investigação” – combinada! – Odebrecht/ Lava Jato.
Conforme prometido desde dezembro do ano passado, o Duplo Expresso traz, com exclusividade, o depoimento – explosivo! – de fonte de dentro da Odebrecht relatando a farsa que é a “investigação” – combinada! – Odebrecht/ Lava Jato.
As mais de 3h de entrevista gravada, em áudio e vídeo, estão sendo editadas pelo nossa reduzida – mas muito aguerrida – equipe, de forma a preservar a identidade da fonte.
Publicamos, nesta oportunidade, a primeira parte. Haverá, ao menos, mais uma.
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Áudio 1 – 5 seções
(1) A nulidade das delações/ acordo de leniência: lacunas deliberadas nos documentos entregues pela Odebrecht à PF. “Negligência” (apenas?) dos investigadores?
Nota: “CIO” = Chief Information Officer – Alessandro Tomazela; não confundir com“CEO” = Chief Executive Officer.
No organograma da empresa, acima do CIO, está Marco Rabello, CFO, responsável por toda a área financeira do grupo.
Esse se reporta ao conjunto da Diretoria, mais os “chefões”: Marcelo/ Emílio Odebrecht.
E eis o “operador” das fraudes nas “investigações” (sic). Nada menos que um “colaborador” (!) dos “peritos” (sic) da Polícia Federal que “analisam” no presente – todos eles em conjunto, vejam só! – a “veracidade” das “provas” (sic) “fornecidas” pela Odebrecht à Lava Jato: Paulo Sergio da Rocha Soares.
(2) A farsa da vitimização da Odebrecht diante de um suposto “achaque” dos políticos/ cultura corporativa de corrupção/ ocultação de provas/ testemunhas/ descentralização dos centros de custo/ omissão, p.e., da Brasken.
(3) Ocultação de nomes do PSDB no geral e, em particular, de Alckmin e de Aécio.
Mais: as falsas imputações a Lula e ao PT.
Mais: as falsas imputações a Lula e ao PT.
(4) Confirmação, independente, do que vem dizendo o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Durán.
(5) Alerta: em 4 meses haverá a destruição – definitiva! – de todas as provas, com a migração dos servidores da Odebrecht do sistema Oracle para o SAP (explicado mais abaixo).
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A seguir, no intuito de facilitar a compreensão e a difusão do conteúdo do áudio, publicamos resumo contendo os principais pontos revelados pela fonte, conforme anotação feita por executivo com experiência internacional amigo do Duplo Expresso, plenamente familiarizado com o tipo de estruturação jurídico-financeira em questão, bem como com o sistema Oracle, utilizado pela Odebrecht para pagar suas propinas mundo afora.
(1) A farsa da batida da PF na sede da Odebrecht
A base de dados acessada pela Polícia Federal/ Receita/ MPF estava – deliberadamente – desatualizada e incompleta. No dia da batida, o TI derrubou os servidores e direcionou, de forma remota, os acessos para uma base de dados defasada e parcial. Aparentemente, a de Moçambique.
Notem bem: funcionário do TI da Odebrecht revela que o setor derrubou, deliberadamente, o sistema para impedir a coleta de dados pela PF/ MPF. Partindo da suposição de que os bravos “concursados” não são acéfalos, resta a grave suspeita de que a alegada “investigação” era, na verdade, uma simulação. Numa colusão Odebrecht/ Lava Jato!
E não foram só PF/ MPF/ Receita que receberam dados parciais e defasados. Os dois auditores instalados na Odebrecht, consoante os termos dos respectivos acordos de leniência com as Justiças dos EUA e do Brasil, também estão sendo “conduzidos” pelos (supostamente) “investigados” (sic). É aquela velha história do mundo corporativo: a auditoria que pega o rato e deixa passar o elefante!
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(2) Multiplicidade de bases de dados, aparentemente “redundantes”, pelo mundo
Isso se deve à prática do TI da Odebrecht de replicar automaticamente uma base de dados pré-existente – que serve de “semente” – ao instalar um servidor em um novo país onde a empresa passa a operar. É por essa singela razão que passou a haver, em dado momento, registro de operações da Odebrecht no Brasil nas bases de dados constantes de servidores instalados em outros países, como na Suíça.
Note bem: passou a haver registro de parte dessas operações. Isso porque os servidores não eram interligados. Portanto, não havia atualização da “semente” utilizada. Dessa forma, as informações a respeito de operações da Odebrecht no Brasil extraídas da base de dados da Suíça, por exemplo, é apenas um “espelho” – defasado e incompleto – da imagem real, omitida das investigações. Uma fotografia do passado, refletindo a base de dados tal qual essa era no momento da instalação do servidor na Suíça – data fácil de ser obtida.
A fonte informa que a versão mais abrangente seria aquela constante dos servidores instalados no Panamá. Isso porque o país tem um, digamos, arranjo “jurídico-político-diplomático” que oferece maior opacidade a operações “heterodoxas”, como as praticadas pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht: o Executivo panamenho é completamente capturado pelas empresas locais de constituição de offshores e bancos associados.
Não é surpresa, portanto, que o “micro-país” centro-americano seja o último a resistir aos avanços do G20/ OCDE visando a estabelecer transparência e troca automática de informações entre as diversas Receitas nacionais, visando a coibir evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Sobre isso, veja-se documentário da TV pública francesa que foi ao ar em 2016, comentado por nós no artigo “Atenção! Cautela com os Panama Papers, Imprensa (Brasileira)” (12/4/2016), publicado no Jornal GGN.
Em síntese, a Odebrecht usava o Panamá como base porque lá “se lava mais branco”. Quem é do meio financeiro conhece o jargão.
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(3) Grampo generalizado – ilegal – sobre todos os empregados da sede da Odebrecht
– Foi com aparelhinho americano, Moro?!
Alessandro Tomazela, o CIO da Odebrecht, i.e., Chief Information Officer, ou seja, o diretor da área de TI do grupo, e todos (!) os outros funcionários da sede da empresa foram grampeados – aparentemente sem autorização judicial:
(embora, “absurdamente” (?), tenham sido disso informados pela própria PF!)
– Seus celulares foram grampeados, em tempo real, pela PF, através de dispositivo instalado no prédio onde fica a sede da empresa, em São Paulo.
Seria esse aparelho uma espécie de miniatura do célebre “Sistema Guardião”?
Evidentemente, eventual ordem judicial para interceptação telefônica não poderia englobar, de forma discriminada como exige a Lei, cada uma das linhas telefônicas (pessoais!) de cada um dos funcionários que trabalhava na sede da Odebrecht! Ou seja, mais uma nulidade que, houvesse Lei no Brasil, derrubaria a Lava Jato. De qualquer forma, tal nulidade vicia todas as provas ali obtidas (teoria do fruto da árvore envenenada).
Ainda a propósito desse tal dispositivo:
– Aparelho tão sofisticado desses pertence à PF? Ao MPF? Ou foi “informalmente” cedido por órgão de inteligência dos EUA?
Se o foi sem passar pelos trâmites legais, há aí mais uma causa de nulidade!
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(4) A gigantesca ocultação de provas pela dobradinha Odebrecht/ Lava Jato
A fonte tinha acesso pleno ao sistema e viu inúmeros casos – estimados em nada menos que dois terços! – que não apareceram na mídia ou nos anexos do acordo de leniência da Odebrecht. Ou seja, restou para o circo judicial-midiático apenas por volta de um terço das contas offshore! É de se supor, dadas as circunstâncias observadas até aqui, que o um terço “sorteado” (!) mirasse preponderantemente PT e PMDB. “Estancar a sangria (…) delimitando onde já estava”, conforme celebremente disse Romero Jucá, também apanhado em grampo da Lava Jato. Nesse um terço “sorteado” (!) misturaram ademais, de forma deliberada, caixa dois eleitoral e corrupção, para facilitar a manipulação judicial-midiática com finalidade política.
Possivelmente os dois terços sonegados pela Odebrecht/ Lava Jato – de comum acordo! – implicam, para além do PSDB, membros do Judiciário/ MP!
Possivelmente implicam, ademais, autoridades de outros países, onde a Odebrecht ainda deseja operar. A empresa busca assim, portanto, não se queimar, na medida do possível. I.e., não se queimar ainda mais.
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(5) Tacla Durán: corroborado!
Segundo relato da fonte, Tacla Durán era de fato um consultor jurídico da Odebrecht, responsável pela estruturação societário-financeira da miríade de offshores constituídas pela empresa em paraísos fiscais, visando à “otimização fiscal”, ou seja, o menor pagamento de tributos, bem como à opacidade de operações “sensíveis” do ponto de vista jurídico-político-comercial. Tacla Durán nunca teria sido “doleiro”, como alardeia a Lava Jato.
Ou seja, a fonte – de dentro da Odebrecht – confirma, de forma independente, o relato de Tacla Durán quanto às suas atividades. E, aqui mais uma vez, desmente “narrativa” criada pela Lava Jato – e martelada por seus aliados na grande imprensa.
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(6) Bomba-H: a nulidade dos acordos de delação/ leniência da Odebrecht / os crimes – continuados! – da Lava Jato
A informação da fonte de que, grosso modo, dois terços das contas foram ocultadas das “investigações” causa, por um lado, a nulidade dos acordos de “delação dos 77 executivos”/ acordo de leniência. E, por outro, suscita graves suspeitas de obstrução da justiça, prevaricação, falsidade ideológica, fraude processual e perjúrio, conforme o caso, por parte da Lava Jato e da Odebrecht.
E em colusão!
Ou seja: com formação de quadrilha!
Complicador explosivo: foi a Presidente do STF (e do Judiciário!), a Ministra Carmen Lúcia, quem homologou, de forma leviana e displicente, por pressão da Globo, o pacotão das delações, que agora cai por terra. Pior: num recesso! Sem ser a relatora do caso!
Tsc… tsc… tsc…
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(7) Bomba – de nêutron (!): a destruição – final! – de todas as provas, numa parceria Odebrecht/ Lava Jato (mais uma!)
A mudança do sistema integrado de Oracle para o SAP é um álibi para destruir informações que comprometem a Odebrecht e também terceiros que a empresa – em conjunto com a Lava Jato – deseja proteger. Em junho deste ano, caso nada seja feito para impedir a migração, as provas de toda a corrupção – nacional e internacional! – da Odebrecht serão destruídas de forma definitiva. Inapelavelmente.
Notem bem: no verso da moeda, também serão destruídas as provas da inocência de Lula!
De forma “incidental” (!), serão destruídas ainda, pari passu, as provas da omissão – deliberada? – dos “investigadores” (?) da Lava Jato em favor de aliados, bem como a fabricação de provas falsas contra os alvos prioritários da operação – como Lula. E é exatamente por isso que a Lava Jato – i.e., o braço brasileiro, aquele com jurisdição sobre a holding e os acionistas controladores – nada faz para impedir a “migração”. Isto é, a queima do arquivo! Na verdade, a Lava Jato está nisso junta com a Odebrecht. Afinal, são cúmplices no(s) crime(s)!
O sistema Oracle é americano. O SAP é alemão. O SAP é imune ao acesso não autorizado por parte dos órgãos de inteligência americanos. Como o SAP é muito mais caro, o motivo para a migração não foi a economia de recursos, mas sim um álibi para, na fase de migração, sumir com dados “sensíveis”.
A versão da Odebrecht de que a Oracle não seria “confiável” para cumprir com as exigências de compliance é balela! Ora, quem não foi “confiável” foi a Odebrecht, corrompendo autoridades em 3 ou 4 continentes! O sistema Oracle nada tem a ver com o uso que a Odebrecht lhe deu! O sistema só faz aquilo que o gestor determina. O sistema não faz censura moral, ética ou penal! Fosse “problemático” diante de supostas exigências de compliance, o sistema Oracle não seria o mais utilizado no mundo, ora!
Repetindo: a migração da Oracle para a SAP – alerta: que será completada em aproximadamente 4 meses! – visa a destruir, de forma definitiva, todas as provas (i) da corrupção da Odebrecht; e (ii)da farsa que é a “investigação” (sic), combinada, Lava Jato/ Odebrecht. E, subsidiariamente, fugir do monitoramento pela inteligência dos EUA.
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Conclusão
A fonte revela que a Lava Jato “investigou” apenas por volta de um terço das contas offshore constituídas pela Odebrecht. Trata-se, portanto, de uma investigação no mínimo “negligente”. Mas, no máximo, simulada, parcial e fraudulenta. Pior: pesam sobre os “operadores” das tais delações “camarada” da Lava Jato graves suspeitas de corrupção, extorsão e tráfico de influência, conforme o relato de Tacla Durán.
Pergunta (ainda sem resposta):
– Quem é “DD”, Zucolotto?
A fonte ajuda a desvendar o real papel de Tacla Durán – um especialista em planejamento tributário/ societário/ financeiro em nível internacional. Põe, portanto, por terra a tentativa tosca de Sergio Moro de desqualificar Durán como “doleiro”. Assim, com a confirmação de fonte independente – de dentro da Odebrecht – do relato de Tacla Durán, batendo de frente, inclusive, com as “narrativas” elaboradas pela Lava Jato a esse respeito, as denúncias do advogado brasileiro radicado na Espanha sobre a corrupção na Lava Jato saem fortalecidas.
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P.S.: Há diversos pontos do relato da fonte que podem ser verificados de forma independente. Como, por exemplo, a destruição final das provas com a migração do sistema Oracle para o SAP, em nível global. O plano de migração nos foi confirmado, inclusive, pelos advogados de defesa de Lula, que estavam a par do movimento mas desconheciam a sua real motivação.
P.P.S.: Há que se ter em mente, ademais, que a investigação da corrupção da Odebrecht tem ramificações internacionais: nas Américas, na Europa e na África. O que é revelado pela fonte – repito: de dentro da Odebrecht – terá impacto em diversos países. Dessa forma, apesar do bloqueio que a Lava Jato brasileira tentará fazer com relação à verificação da procedência destas denúncias, outros órgãos de investigação, estrangeiros, independentes, tomarão a dianteira. Dessa forma, desta vez, não haverá como Curitiba tapar o sol com a peneira.
A esse respeito, interessante registrar duas notícias que saíram na imprensa, brasileira e peruana, há alguns dias:
No exterior, Lava Jato está longe do fim
11/1/2018
JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE – O ESTADO DE S.PAULO – GENEBRAGENEBRA – Enquanto a Polícia Federal no Brasil estima encerrar os inquéritos da Operação Lava Jato em 2018, as investigações no exterior estão longe de um fim. Na Suíça, Andorra, Espanha e em diversos países latino-americanos, autoridades consultadas pelo Estado afirmam que o processo está “longe do fim”.Apenas na Suíça, cerca de 800 contas com mais de R$ 2,2 bilhões continuam bloqueadas, depois que a Procuradoria em Berna, capital do país, lançou a operação em conjunto com o Brasil em 2017. Por enquanto, “apenas” R$ 660 milhões voltaram aos cofres brasileiros.Falando na condição de anonimato, um ex-procurador que atuou por anos nas investigações na Suíça confirmou que, até meados do ano passado, dezenas de contas ainda estavam pendentes de avaliação. A falta de um número suficiente de pessoas dedicadas exclusivamente ao caso também teria contribuído para retardar as investigações.No país helvético, de acordo com o Ministério Público, 60 inquéritos foram abertos. Muitos deles estão ainda em fase de instrução. Em 2017, os procuradores lançaram a terceira fase de investigações, concentrada principalmente em apurar o papel dos bancos suíços e seus gerentes na facilitação da corrupção. Nos últimos meses, investigadores suíços têm realizado viagens ao Brasil para questionar alguns réus.Entre os banqueiros que ainda operam com clientes brasileiros, o clima é de tensão. Eles têm medo de ser presos no Brasil. Por isso, contrataram advogados para assessorá-los em viagens ao País. A Interpol, por exemplo, já foi acionada em um episódio com um ex-gerente de contas. A cautela faz com que esses banqueiros retirem o nome do banco para o qual trabalham de seus cartões de visita.LATINOSNem todo o dinheiro ainda bloqueado na Suíça, porém, se refere a brasileiros. Em novembro de 2017, no Panamá, investigadores e procuradores de oito países latino-americanos, Suíça e Portugal se reuniram pela primeira vez para tentar avaliar de que forma poderiam cooperar para fazer avançar os inquéritos relacionados com a Lava Jato, principalmente no que se refere ao papel da Odebrecht. O caso chacoalhou a política regional, com pedidos de impeachment, afastamento de políticos de alto escalão e a prisão de ex-dirigentes de diferentes países.O encontro no Panamá não contou com a participação do Brasil. Mas a constatação dos participantes foi clara: o processo ainda levará meses ou anos para poder ser concluído.Numa declaração conjunta obtida pelo Estado, as autoridades dos dez países indicaram que precisam de tempo. “Nos delitos de corrupção de funcionários públicos e de lavagem de dinheiro, dada a multiplicidade de fatos que se investigam, sua prolongação no tempo, quantidade de pessoas envolvidas, o uso de sistemas financeiros, existência de provas no exterior, assim como a necessidade de traduzir documentos, se exige prazos razoáveis para desenvolver a investigação”, declararam, há dois meses.Carlos Mancheno, procurador-geral do Equador, foi um dos que alertaram sobre a necessidade de tempo. “A trama de corrupção da Odebrecht está apenas começando na América Latina”, disse, durante o encontro. “Vamos chegar ao final. Mas precisamos do tempo necessário”, disse Nestor Martinez, procurador-geral da Colômbia.Kenia Porcell, procuradora-geral do Panamá, também deixou claro que o processo será longo. “É impossível que uma investigação da magnitude da Odebrecht seja instruída nos prazos comuns”, disse. No caso do país centro-americano, o dossiê relativo à construtora brasileira tem mais de 150 mil páginas.
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Reportagem do jornal El Comercio, do Peru, afirma que conteúdo dos softwares MyWebDay e Drousys é três vezes maior do que o do caso Panama Papers!
Enquanto isso, no Brasil da Lava Jato, ainda se aguarda o relatório da “perícia” (combinada) feita pela PF em conjunto com a Odebrecht. Ora, quem extrai os arquivos e entrega à PF é alguém do TI da própria empresa! Como dissemos na abertura do artigo, trata-se do “operador” (!) das fraudes nas “investigações” (sic): Paulo Sergio da Rocha Soares.
– Bis:
Notem bem: o “juiz” Sergio Moro não viu nenhum “óbice” na participação da empresa – “investigada”! (sic) – nos trabalhos dos “peritos” (sic). Aliás, foi a própria PF quem deu a sugestão de que somente a Odebrecht tivesse acesso aos trabalhos com a seguinte “justificativa”: “especificamente no tocante aos técnicos indicados pela Odebrecht, como ela é a detentora do sistema e prestará auxílio constante à equipe de peritos, não vislumbramos óbice no acompanhamento dos exames internamente” – escreveu o delegado da PF em ofício.
E o juiz Sergio Moro acatou a “sugestão”!
Será que na Suíça os procuradores pediram ajuda da empresa Odebrecht para a sua perícia também?
E nos demais países?
A Lava Jato, digo, a brasileira, esquece-se de que conforme as investigações avançarem nos outros países as suas “informações” serão confrontadas. Inclusive, com risco considerável de um mega-vazamento, no estilo “Panama Papers”.
Eis a reportagem do El Comercio, do Peru:
Alistan pedido para entrega de servidores de Odebrecht
16.01.2018
Rodrigo Cruz
El ComercioFiscalía estima que a mediados de año debe llegar de Suiza el contenido de los programas en los que se registraron los sobornos de la empresa.Fuentes vinculadas a la investigación del Caso Odebrecht señalan que, después de la declaración de Jorge Barata, el siguiente capítulo será la revelación del contenido de dos servidores que la constructora tenía escondidos en Ginebra (Suiza).El fiscal Hamilton Castro, líder del equipo especial que investiga el Caso Lava Jato en el Perú, dijo la semana pasada que acceder a esa información tendrá dos consecuencias: corroborar lo dicho por los colaboradores eficaces y que se abran nuevas líneas de investigación.“En esos servidores se almacenaron los proyectos y los nombres de las personas a las que se pagaron los sobornos”, afirmó el fiscal Castro.Desde la fiscalía esperan que los servidores de Odebrecht sean enviados a Lima a mediados de este año. Las autoridades peruanas tienen previsto viajar a Suiza el 24 de este mes para agilizar la entrega del material.—El capítulo suizo—
En el 2015, como parte de la investigación a Odebrecht, la Fiscalía General de Suiza incautó dos servidores de almacenamiento de datos a la empresa Safe Host. La diligencia estuvo liderada por el entonces fiscal Stefan Lenz.Los equipos guardaban seis terabytes de información (tres veces más que el Caso Panamá Papers), de los softwares MyWebDay y Drousys, sofisticados programas que eran operados por trabajadores de Odebrecht del llamado departamento de operaciones estructuradas (encargado de los sobornos).MyWebDay era usado para registrar los pagos de los sobornos a funcionarios de diferentes países y el nombre de las obras por las que se hacían los pagos. Drousys era el sistema de mensajería empleado para coordinar la transferencias de las coimas.—Descifrar el secreto—
El 12 de diciembre del 2016, nueve días antes de que se hiciera público el Caso Odebrecht, fiscales peruanos viajaron a Berna (Suiza) para reunirse con Lenz y su equipo de investigadores financieros.El fiscal Castro dijo que por información de inteligencia se había enterado de los servidores incautados. El motivo de la reunión era discutir con Lenz la posible entrega de esa información.En noviembre de ese año, Castro había enviado a Suiza una lista de obras para que sean cruzadas con los servidores. El 15 de diciembre, presentó una ampliación con más información al respecto.La semana pasada, la fiscalía peruana indicó que no ha recibido respuestas por esas solicitudes. La indagación en Suiza está a cargo de la fiscal Dounia Rezzonico.El fiscal Castro alista un tercer requerimiento a Suiza, esta vez más completo, con la declaración de los colaboradores eficaces. Este ya contaría con la aprobación de la fiscal Rezzonico.Lenz se encargará de descifrar para la fiscalía peruana el contenido de los softwares, ya que están encriptados. Fuentes en Suiza, sin embargo, advierten que empresas vinculadas a Odebrecht se oponen a que Lenz asesore a la fiscalía peruana.
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Esta é mais uma #GhostNews, as notícias “fantasma”, que não aparecem no PIG, o Partido da Imprensa Golpista:
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Atualização 5:15 – sigilo e “pegadinha”
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Legendagem
(ontem, pouco antes da publicação deste artigo)
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Atualização 8:15 – Duplo Expresso (22/1) comenta áudio-bomba em que fonte da Odebtecht detona Lava Jato
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Atualização 19:19 – o passivo “trabalhista” da Odebrecht – e, por tabela, também da Lava Jato!
Mensagem recebida há pouco, de outra pessoa que contribuiu para este artigo:
Vendo o depoimento sobre os sistemas da Odebrecht no Duplo Expresso me ocorreram alguns pensamentos:1) A Odebrecht estava achando difícil segurar os “77 delatores” para manter uma história coesa. Pois eles esqueceram de pensar nos milhares de funcionários demitidos após a operação Lava Jato.2) Os funcionários que foram sumariamente demitidos são pessoas que têm família e muitos que trabalharam durante anos na empresa.3) Essas pessoas começaram a perceber que Judiciário-MPF-PF e a Odebrecht optaram por salvar o patrimônio dos patrões, ou seja, da família Odebrecht. Não somente! A Odebrecht se propôs a pagar as multas do acordo e os custos com advogados daqueles que aceitaram o “pacote oferecido” pela empresa, mais remuneração “topo de carreira” garantida por dé-ca-das. Porém não mostraram zelo algum com os milhares de trabalhadores mandados embora.3.1) Aliás, essa é a alternativa do mercado diante do risco (real) de falência. Algumas fatias da empresa já foram vendidas e não se sabe a extensão dos danos. Não obstante, caixa suficiente foi reservado para o espetáculo midiático da Lava Jato. Não se tem notícias de um plano de aposentadoria ou uma indenização oferecida pela Odebrecht para esses trabalhadores demitidos. Não seria uma compensação social muito mais justa?“Ironicamente” (?), as ações sociais mais recentes da Odebrecht pautaram-se pelo seu interesse com a situação carcerária do país. Após a prisão de Marcelo há informações sobre doação de cobertores e outros itens, p.e.4) A Lava Jato concordou com os termos da Odebrecht (desde que pegasse Lula!).5) O preço a ser pago/ aceito pela Odebrecht levou ao enxugamento da empresa e à demissão de milhares de trabalhadores. Quantos desses têm histórias para contar sobre a empresa? Quantos podem ter ouvido, visto e presenciado fatos comprometedores para a empresa? Quantos podem ter em sua posse documentos, rascunhos ou cópias de partes dos sistemas?O Duplo Expresso abriu a caixa de Pandora da Odebrecht mais cedo do que a Lava Jato pensava. Por isso eles têm pressa para condenar Lula. Porque o acordo de leniência da Odebrecht tem prazo de validade vencido!
Mensagem do tal executivo amigo do blog, nosso coautor, ainda em dezembro de 2017, após ouvir os áudios:
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Atualização 23/1 – 5:23 – “notinha” plantada por Marcelo Odebrecht na Folha, via Monica Bergamo, confirma – mais uma vez – o que vimos dizendo:
Marcelo Odebrecht falou sobre a Braskem, braço petroquímico do grupo de sua família, num e-mail enviado a ex-diretores da empreiteira depois que ele saiu da prisão. Na mensagem, o empresário confirma informação dada à Polícia Federal em depoimento enquanto estava preso em Curitiba.CONFIRMOMarcelo tinha dito que não estava recebendo todos os documentos e e-mails da Braskem que poderiam ser usados como prova contra parlamentares. O problema, no entanto, já teria sido superado: em casa, ele teve acesso à base de dados de seu computador com o material, inclusive e-mails que procurava.PAPAI NOELNa época das festas de fim de ano, Marcelo enviou mensagens assinadas por ele, sua mulher, Isabela, e as filhas com votos de bom Natal e um Ano-Novo “com esperança”.
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