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Estado brasileiro na encruzilhada. Já sabemos o que a Globo quer... e você?

Queria poder dizer que criei esta montagem, mas não... recebi de um seguidor no Facebook, como comentário a um artigo anterior. rs ...

6.3.17

Impotência diante da “Trumpização” global da política: passarinho com fome perde o medo de “espantalho”

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Impotência diante da “Trumpização” global da política: passarinho com fome perde o medo de “espantalho”



Por Romulus



- "É a economia, estúpido!";


- Como é de se esperar, "taxa de desconto" do eleitor cresce no mesmo passo em que cresce a precarização de sua condição econômica;


- Política "populista" é, por definição, “insustentável”, certo?


Mas...
- Quem se preocupa com “sustentabilidade” é (apenas...) quem tem um “amanhã”, não é mesmo?


Como dizia o Betinho:
- "Quem tem fome tem pressa"!


- E pode acabar votando no Trump, no Brexit, na Le Pen...


- ... e no Bolsonaro?!



*


Bernard Henri-Lévy no Globo


Li a entrevista de BHL no Globo deste fim de semana.


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Não por coincidência, ele está, desde a semana passada, fazendo o tour da mídia audiovisual francesa para divulgar o documentário que acaba de lançar sobre a retomada de Mossul, no Iraque, pelo exército iraquiano.


Assisti a longas entrevistas suas em dois programas dos canais estatais franceses por estes dias.


A última no sábado à noite, no programa “On n’est pas couché”, da France 2:


(a partir de 1:53h)




Ele mesmo não esconde a sua ênfase (quase que exclusiva...) anti-russa/Putin; anti-jihad; anti-anti-semitismo; e anti-Frente Nacional - em prejuízo de questões econômico-sociais estruturais, p.e.


- Oi, BHL?!


O Nassif, hoje, parte da entrevista de BHL ao Globo para analisar a perspectiva político-eleitoral brasileira para o futuro imediato.


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A extrapolação da dinâmica eleitoral deste ano na França (uma verdadeira novela, com várias reviravoltas...) para outras realidades, como a brasileira, carece de algumas precisões.


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Quem "destruiu François Hollande e Manuel Valls" (ala moderada do Partido Socialista) – diferentemente do que dá a entender BHL - foram eles próprios!


Com o concurso imprescindível - é claro - de "Madame Merkel", como se referem à Chanceler da Alemanha na França.


Hollande se elegeu em 2012 com o slogan "a mudança é agora" (!); e declarando o fim do "império da Finança na Economia francesa".


Evidentemente, não entregou.


Merkel impediu qualquer hipótese de política anticíclica para a retomada do crescimento, negando-se a rever o Tratado Orçamentário Europeu, que limita o déficit a 3% dos PIBs nacionais.


O que se viu na Economia foi apenas um "mais do mesmo" em relação aos anos Sarkozy (direita tradicional), refletindo-se – num contexto internacional e europeu desfavoráveis – na continuidade de desemprego alto, precarização da classe trabalhadora e estrangulamento da classe média.


Como tenho dito em artigos desde o ano passado, acabou a tolerância do eleitorado com estelionatos eleitorais - alô, Dilma 2!


E isso em nível global.


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Voltando...

Acabou o tolerância do eleitorado com estelionatos eleitorais.

Trump entendeu e – para nosso horror... – está tentando cumprir o que prometeu. Assim como Theresa May no Reino Unido, indo adiante com o “Brexit”.


Já o PS francês está sendo punido porque prometeu e não entregou.


"Feito" histórico:


Fato inédito, o Presidente Hollande chegou ao fim de seu mandato sem sequer poder se apresentar à sua reeleição (8% (!) de intenções de voto, em 5o (!) lugar nas pesquisas de dezembro último).


A classe trabalhadora – precarizada... – antigo feudo do PS, vota na Frente Nacional por seu programa econômico - protecionista - e social - Estado provedor.


Não exatamente por "valores" / xenofobia.


É esse o eleitorado novo que faz Le Pen filha passar de 40% em projeções de segundo turno hoje, enquanto Le Pen pai ficou no piso/teto histórico do FN, de 20%, no segundo turno de 2002 (quando a economia crescia).


A eleição francesa deste ano é entre Marine Le Pen e...


- ... a sua rejeição! (apenas)


Acredito que quem passar para o segundo turno com ela ganhará. Provavelmente de algo próximo a 60/40%.


Salvo mais uma reviravolta na novela eleitoral francesa, mudando quem deve ir ao segundo turno com Le Pen, veremos então, mais uma vez, "mais do mesmo" na economia.


Se a economia global e europeia se recuperarem no período, "beleza"!


Ou seja: escaparemos do pior.


Senão, em 2022 temos encontro marcado com Madame Le Pen.


E dessa vez será para valer!


*


Moral da(s) história(s)


- Não adianta (mais...) as "elites urbanas globalizadas" (global urban elites) - das quais Bernard Henri-Lévy faz parte (e eu também!) - ficarem gritando o quanto o "espantalho" (Le Pen, Trump, “Brexit”, Bolsonaro, General Villas-Boas...) é "feio": "quem tem fome tem pressa".


- Como é de se esperar, a "taxa de desconto" do eleitor cresce no mesmo passo em que cresce a precarização de sua condição econômica.


- Política "populista" é, por definição, insustentável.


Mas...


- Só quem se preocupa com sustentabilidade é quem tem um amanhã, não é mesmo?


Ou seja...


- Mais do que nunca: "é a economia, estúpido!".


*


Reza forte contra Le Pen


Rezemos, pois, para que a economia global volte a crescer.


Nem que seja ainda sob o modelo excludente e concentrador de renda dos últimos 30 anos...


Sim, porque em vez de desperdiçar a ~fé~ torcendo por “milagres” e “conversões”, no momento é mais eficaz ~rezar~ pelo “menos ruim”: o “sucesso” do purgatório social-liberal (pró-cíclico), como meio de contenção da extrema-direita, ~infernal~.


O ~paraíso~ do bem-estar social está longe, longe...


... e o ~inferno~ está ali pertinho. Já dá até para sentir o calor...


Por isso, como disse acima, no presente sufoco o “realismo religioso” manda rezar pelo “sucesso” do purgatório...

(uma "crença cética"? rs)


... e não rezar por “milagres” ou “conversões”, porque...


<<Não há mais como ter ~fé~ em que a ficha do "1%" caia quanto à incompatibilidade, no longo prazo, do neoliberalismo econômico extremado com a democracia liberal>>


- representativa, do "um homem, um voto", com Estado de direito e instituições maiores que os ~indivíduos~ que as ocupam.


Aliás, como alimentar qualquer fé no “1%” quando o pensamento raso dos seus maiores representantes no Brasil, os irmãos Marinho, levou-os a usar todas as suas armas por 13 anos para demolir a moderadíssima tentativa de conciliação do lulismo?!


O que resta aos Marinho é o papel ridículo de convidar Bernard Henri-Lévy para ouvir dele que Lula – que eles seguem tentando destruir! – é a “esquerda respeitável”.


*


Aliás...


Certamente a menção elogiosa a Lula só passou na edição da entrevista para poder ser feito o contraponto à “esquerda não respeitável”, de Chaves e dos Castro.


Não sou “chavista” ou “castrista”, mas digo que é fácil criticar - lá de Paris... - a radicalização dos dois regimes...


Fizeram-no por gosto?


Ou foram empurrados por lockouts políticos e econômicos?


Internos e externos?


Aliás... (2)


<<Quem é que segue no poder?
Levando a cabo seus projetos nacionais?
Os "não respeitáveis" Chavismo e Castrismo?
Ou o "respeitável" Lulismo??>>


- Pois pergunte aos seus entrevistadores do Globo, Bernard Henri-Lévy...

*


Terror noturno


Assim, como o “1%” não tomará jeito, a cada solavanco da economia global, o “espantalho” estará nos esperando ali na esquina...


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- ... cada vez menos “feio” e assustador.


*


P.S.: para quem quiser saber mais, tenho comentado a ~novela~ eleitoral francesa – que tem me interessado muito – nas redes sociais.


Só não escrevo um post – muito merecido... – porque a maioria no Brasil desconhece os candidatos e o que cada um representa na dinâmica político-eleitoral.


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Atualização








- Marine Le Pen "agradece" a Angela Merkel, no Parlamento Europeu, por trazer a tira-colo, em visita, o "administrador da ~Província~ França", François Hollande:



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BHL no Globo





*   *   *

Achou meu estilo “esquisito”? “Caótico”?


- Pois você não está só! Clique na imagem e chore as suas mágoas:


(http://www.romulusbr.com/2016/12/que-poa-e-essa-vol-2-metalinguagem.html)


(http://jornalggn.com.br/blog/romulus/que-p-e-essa-ora-essa-p-e-romulus-por-o-proprio)


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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como "uma esquerdista que sabe fazer conta". Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.


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