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Queria poder dizer que criei esta montagem, mas não... recebi de um seguidor no Facebook, como comentário a um artigo anterior. rs ...

24.4.17

Macron e a França: Presidente de uma potência nuclear… e aos 39 anos!

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Macron e a França: Presidente de uma potência nuclear… e aos 39 anos!



Por Romulus


- “Game over”: sim… Macron já está eleito (salvo o “imponderável”, como “jato caindo”).


- Mas é muito possível que Marine Le Pen “perca ganhando”…


- … o que pode ser fatal num país que tem um... “excesso de democracia”!


- Inclusive com um “terceiro turno” - legal! - logo agora em junho...


- Tranquilidade “diabólica”: está tudo de acordo com os planos de Madame Le Pen… afinal, seu alvo sempre foi… ~2022~ !


- … 2017 era - "apenas" - um building bloc… um “pilar” – necessário! – para sustentar os ~novos~... hmmm… “pavimentos” do seu “edifício”...


- … político!



*


“Game Over”


Já é dado como certo.


O jogo, agora, é para conseguir ou não manter o "6" na casa das dezenas da votação – majoritária – que Monsieur Macron terá sim.


(a desconsiderar o... “imponderável”, evidentemente)


Macron...


- ... virtualmente eleito presidente de uma potência nuclear, com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU...


- ... e aos 39 anos!


*


“Perder ganhando”


Se Marine Le Pen conseguir romper o "teto de vidro" dos 40% - mesmo que Macron ganhe por 59.9% - já terá tido uma (baita!) vitória moral nesta eleição.


Mal comparando, é como se um tal de "Partido Nazista", de um tal de “Adolf Jr.”, tivesse uma votação de mais de 40% (!) na Alemanha de 2017.


- Imaginem o terremoto político!


Notem bem:


Essa “vitória” não será apenas “moral”!


Com os 17% que teve em 2002, quando não foi ao segundo turno, Marine Le Pen já conseguiu transformar o Front National no maior partido do país. Ou, ao menos, o ~mais votado~ nos primeiros turnos das eleições locais.


Eleições onde muitas vezes o FN bateu com a cabeça nesse tal “teto de vidro”, dos mesmos 40%...

Sim, bateu... mas, mesmo com isso, ficou não raro muito à frente dos “irmãos gêmeos e rivais” – a esquerda e a direita tradicionais (hoje, PS e LR).

Ambos, os partidos que se alternaram no poder durante toda a 5a República.

Notem bem:

Alternaram-se como ~camaradas~... os únicos sócios de um clube exclusivíssimo!

Sem esquecer, é claro, que quase todos os Ministros dos governos que se alternaram - de direita e de esquerda - têm a ~mesma~ origem social...

E isso não é tudo!

- Mesmo a origem profissional-acadêmica deles é a mesma: as "Grandes Écoles"!

Muitas e muitas vezes na política francesa os líderes do governo e da oposição de turno foram colegas de faculdade - quando não dividiram o mesmo dormitório!

Vezes houve, inclusive, em que chegaram a... se casar e constituir família!

Para vida e para a política!

Casos de, por exemplo, Jacques e Bernardette Chirac, bem como de François Hollande e Segolène Royal.

Notem bem: (2)

Essa "fratrie", essa "irmandade", não envolve "apenas" a classe política:

- Todos os dirigentes das grandes empresas (o "CAC 40"), os chefes da associação dos industriais (MEDEF), os banqueiros, os grandes herdeiros e a elite do funcionalismo público têm algo em comum (além de dinheiro e poder): todos são alumni das...

- ... Grandes Écoles!

Faz até sentido: são escolas - criadas por Napoleão, quem mais? - justamente para formar a ~nova~ "Nobreza" da França (tendo a antiga perdido a cabeça na Revolução):

- o ~alto~ funcionalismo público.

Pois advinhem de onde vem Monsieur Macron??



Science-Po Paris + ENA:

- Duplamente alumni de Grandes Écoles!

(e se vende como o "novo"... o candidato "anti-sistema"... hahaha)


*


“Excesso de democracia”


A França - numa deformação (bastante) disfuncional - tem eleição quase todo ano!


Municipais, depois departamentais ("Estados"), depois regionais (como se as regiões do Brasil - NE, SE, N, S, CO - tivessem um "uber-governador", acima dos governadores estaduais) e, finalmente, as eleições nacionais.


Ou seja: 4 eleições a cada 5 anos (!)...


Imaginem a “estabilidade” de que goza o ocupante do Palácio do Eliseu...


... bem como a “mão livre” que tem para tomar medidas impopulares, mas necessárias no longo prazo.


Imagine-se, portanto, o que a mesma Marine Le Pen seria capaz de fazer no próximo quinquênio, agora cacifada – não mais com os 17% de 2002, mas... – com 40%!


E não é tudo!


- Seguirá o baile... com o business as usual do novo Presidente, Monsieur “Emmanuel ~Hollande~ ” - na síntese – genial! – dos marqueteiros de François Fillon (candidato do LR derrotado neste domingo).


Sim... ao que tudo indica o Dauphin de France seguirá com a política econômica do Rei-papai (ora guilhotinado).


Ou seja: o “austericídio” – sim... “envergonhado”, todos sabemos... mas e daí? – seguirá...


... mas agora sob o reino do “Príncipe-herdeiro”, Macron, que a partir de hoje passa a contar os dias para a sua coroação.


*


Imperium – Ave ~Cesaria~ !


Príncipe Macron já conta com a benção, inclusive, da...


- ... “Sacro-Imperatriz Romano-Germânica”, Frau Merkel!

(cujo apoio “entusiasmado” a Monsieur Macron, evidentemente, já foi ao ar na TV alemã... ainda nesta noite)

- Ou seria... ~Papisa~ da (nova) "cristandade" europeia?

(Afinal, defende na Terra os "dogmas" do "Deus Mercado"... tem hóstia e tudo... também circular: a moeda de € 1,00 (!))



*


Construção de uma “Catedral” levava séculos na Idade Média... já agora...


Com o muito provável impulso nas eleições locais, Marine Le Pen ganhará (ainda mais) capilaridade.


E, se a economia global não decolar nos próximos 5 anos (??), virá com tudo para...


- 2022!


Sim... 2022...


<< ~2022~ sempre foi o alvo de Le Pen...
2017 era - "apenas" - um building bloc...
um “pilar” – necessário! –
para sustentar os ~novos~... hmmm...
“pavimentos” do seu “edifício”...
político!>>


*


O “Terceiro Turno”


Outra coisa é que em junho haverá as eleições legislativas.


Que - de maneira muito saudável e recomendável! - se dão após já se saber (e já se digerir politicamente) quem foi eleito o chefe do Estado.


Pois agora ninguém é capaz de dizer quais serão os partidos mais votados nessas eleições... marcadas para daqui a pouco mais de um mês...


É bem possível que ~nenhum~ partido conquiste a maioria absoluta. Assim, a formação de uma maioria só se daria por coalizão.


Adicionalmente, quase certamente o "novo partido" de Macron não terá essa maioria (sozinho).


Assim, a disputa politica passa para a próxima fase:


- Qual será a maioria, que formará “o” governo (chefiado pelo Primeiro Ministro, não pelo Presidente!).


- A maioria eleita - e o seu líder, o... Primeiro Ministro! - serão alinhados a Macron?


- Ou voltaremos a ver uma coabitação (*) na França?


(*) “coabitação”... que ~deveria~ ter acabado com a mudança constitucional que reduziu o mandato do Presidente de 7 para 5 anos... e estabeleceu a coincidência entre a eleição presidencial e a legislativa a partir de 2002 – separadas por apenas algumas semanas.


- E de fato acabou!


Mas...


Voltou a ser possível ~agora~ ... com a ~implosão~ do PS e do LR nesta eleição.


Enterrou-se ~hoje~ o bipartidarismo - "branco"... informal... – francês. Esse sistema dual foi mantido até aqui pela mitigação da proporcionalidade na eleição para a Assembleia Nacional, realizada em 2 turnos. Os dois maiores partidos sempre saem – ou melhor: saíam vencedores.


Para que se tenha uma noção da absurda por “demófoba”... distorção do sistema francês, o Front National, o partido mais votado do país, tem atualmente apenas 2 (!) deputados na Assembleia Nacional.


Isso mesmo: só 2 deputados!!


*


Atualizações


Mais tarde acrescento a consolidação dos (muitos) comentários que fiz hoje, ao longo do dia, nas redes sociais.


Aguardem.

*

Mas enquanto isso...

Aqui o artigo cobrindo o dia de votação (ontem), onde há também link para os demais artigos da série sobre a eleição francesa:



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Achou meu estilo “esquisito”? “Caótico”?


- Pois você não está só! Clique na imagem e chore as suas mágoas:


(http://www.romulusbr.com/2016/12/que-poa-e-essa-vol-2-metalinguagem.html)


(http://jornalggn.com.br/blog/romulus/que-p-e-essa-ora-essa-p-e-romulus-por-o-proprio)


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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como "uma esquerdista que sabe fazer conta". Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.



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