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NOTAS PARA O MEU COMENTÁRIO
(algumas coisas nao deu tempo de dizer no ar)
Pauta (1): ascensão da extrema-direita no Brasil e no mundo
Instrumentalização das pautas morais por quem não tem voto.
Confirmação: zazamento do grupo no Whatsapp do MBL: revela aliança “Mercado”/ Agro/ Evangélicos – emulando estratégia dos Neocons nos EUA (Reagan pra cá).
Luis Claudio, nosso colunista, que é psicanalista, já nos ensinou que “catarse” cansa. Onda cresce, arrebenta e... reflui.
Brasil tem sorte: Bolsonaro não é articulado. Não aguenta uma eleição majoritária. Ainda mais presidencial.
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Mas por que a extrema direita cresce no mundo e no Brasil?
Basta ver História – contexto de crise.
Modelo do “Financismo globalista” em 37 anos criou maior concentração de renda da História! Em 10 mil anos! De desde que o macaco desceu da árvore!
Mercadistas tentam nos vender discurso do “there is no alternative” (apud Margareth Thatcher).
Ora!
Clóvis de Barros ensinou:
<<Política é a característica exclusivamente humana de alterar...
(justamente...)
- ... o inexorável>>
Nem que seja política... de extrema-direita!
“Obrigado”, Mercadistas (!)
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Comentário à fala do Prof. Paulo Gamba
Gosto muito da perspectiva crítica que ele tem em relação ao sistema internacional.
Angola não teve o seu governo reconhecido pelo Ocidente por muito tempo: a ex-metrópole, p.e., tinha como interlocutor os insurgentes da UNITA.
Esse mico nós não pagamos: Geisel (!) foi o 1o a reconhecer governo do MPLA.
Vejam bem: Geisel – presidente de um regime ditatorial de... direita – reconheceu o governo marxista, sim, mas que libertou o pais do... colonialismo!
Isso porque era de direita, mas direita... nacionalista! Anti-imperialista!
No atual estágio, de luta entre entreguistas e nacionalistas no Brasil, apesar de divergências, queremos TODOS no nosso lado: esquerda, centro e direita.
Voltando ao Gamba, circunstância histórica fomentou visão crítica com relação ao Sistema Internacional. Sabem perfeitamente diferença entre o que está no “livrinho”, a propaganda, e a realidade: interesses econômicos (exploração) e geoestratégicos (“grande jogo”/ nova(s) guerra(s) fria(s)) disfarçados “direitos humanos”/ “defesa da democracia”/ “melhores práticas econômicas”/ “intercâmbio cultural e acadêmico” – e.g., Moro, “DD” e aquele que tem nome (mas não rostinho...) de galã de novela mexicana:
- ... ¡Carlos Fernando!
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Pauta (2): Catalunha
Estava caminhando para resolução.
Mal conduzido: 1o Ministro Espanhol perdeu a batalha midiática com violência contra velhinhos no referendo.
Fortaleceu independentistas.
Rei, em vez de apaziguar, tentou apagar fogo com gasolina (!)
Fortaleceu independentistas. (2)
Mas...
Em política, sempre se deve deixar uma saída honrosa pro adversário. Se ele não tem mais nada a perder, vai pro tudo ou nada. Diminui-se a previsibilidade do resultado, o que não é desejável.
Correto teria sido deixar a tal “declaração de independência ~suspensa~” (sic), que muito desagradou as bases, morrer de inanição. Assim, a coalizão independentista (heterogênea, com extrema-esquerda aliada a neoliberais!) tenderia ao colapso em breve.
Certamente, na eleição seguinte, pela frustração das expectativas, o partido nacionalista de direita ia encolher, pela frustração da expectativa que ele mesmo criou.
Em vez disso, Rajoy pediu intervenção “federal”.
Assim, forçou catalães a ir pro tudo ou nada.
Acabaram declararando independência “mesmo” (aspas!), não mais na modalidade “suspensa” (?!!)
Mas...
Fizeram-no JÁ SABENDO que o Senado aprovaria o pedido de intervenção “federal” mais tarde, no mesmo dia.
E aí, com, de um lado, “declaração de independência” (sic!) e, do outro, intervenção “federal”, chegou a hora do vamos.
Sem nenhuma surpresa, evidentemente a independência “virtual”, midiática, não deu as caras. O governo foi destituído sem maiores problemas: o comando da polícia foi tomado, assim como a execução or$$$amentária.
(que “prefeitinho” que insurgir-se-ia contra quem tem a chave do cofre do “Estado”, em Barcelona??)
Ficou-se, assim, num empate político-narrativo, digamos. Pois essa também era uma saída “honrosa” para os independentistas MODERADOS.
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Mas aí...
Entrou na jogada a “juristocrata” de Madri.
Juíza decretou ordem de prisão contra todo o governo e a também a presidente do Parlamento catalão por “sedição”/ “traição à pátria”.
TUDO OU NADA:
- Puigdemont, com 5 ministros, fugiram de carro pra França, pegaram avião e foram para Bruxelas – capital da Europa (forçar para internacionalizar o problema) e lá ficar “refugiado”. Afinal, ao separatistas de Flandres, simpáticos aos seus colegas de separatismo, os catalães, são membros chave do governo de coalizão belga.
De novo: ainda seria saída honrosa. Ficariam lá em Bruxelas falando pra ninguém. Sumiriam do noticiário.
Aí, não satisfeita, a tal juíza emitiu mandado de prisão europeu, pedindo a sua imediata extradição para a Espanha.
Foi preso, temporariamente, por isso, junto com os ministros, pois, nessa modalidade de cooperação judiciária intra-União Europeia, os respectivos Judiciários comunicam-se diretamente, sem mediação das instâncias políticas.
Ficou preso por 1 dia apenas, respondendo agora ao pedido de extradição em liberdade.
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Resultado da CAGADA “juristocrática”:
- A imbecil da juíza agora não apenas vitimizou novamente (!) os catalães, como deu ainda mais visibilidade internacional à pauta (que estava para sair do noticiário!) e acabou por criar incidente diplomático não só com a Bélgica – podendo acabar com a própria coalizão de governo!! – como na CAPITAL da União Europeia!
- JÊNIA (!)
Ou seja:
- Quando juiz se mete a fazer política, que nem o Min Barroso, meu ex-professor!, s ófaz... BARRO!
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- E no Twitter:
@rommulus_
Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como "uma esquerdista que sabe fazer conta". Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.
Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como "uma esquerdista que sabe fazer conta". Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.
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