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Queria poder dizer que criei esta montagem, mas não... recebi de um seguidor no Facebook, como comentário a um artigo anterior. rs ...

17.1.17

“Declaração de guerra do 1% num futuro distante”? Ora, já estamos nessa guerra!



“Declaração de guerra do 1% num futuro distante”? Ora, já estamos nessa guerra!



Por Arkx


- “Elysium”, “Matrix”, “The Terminator” não são o futuro! É o que já está aqui. São a descrição do próprio capitalismo. Só que narrado como estórias de ninar para os 1% (0,001%, na verdade).


- Só que mesmo os 1% também são prisioneiros na Matrix!

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Nosso “radical” favorito, o Arkx, leu o post...




... e, como sempre, se esmerou no comentário lá no GGN:






Romulus, meu nobre

talvez as distopias hollywoodianas não sejam futurísticas, e sim se referem ao presente. até já argumentei isto antes, em outros posts.


é muito mais um cenário de futuro sob o ponto de vista dos 1%, mas que de fato reflete apenas uma situação já existente, assim como um desejo de perenizá-la.


mas é um sonho impossível. um capitalismo, ou pós capitalismo (como quiserem), sem mercado, sem lucro, sem dívida e sem crédito (ou seja, sem capital!) e sem o fator humano (sem o trabalho).


o sonho impossível do capitalismo seria tb o seu maior pesadelo. o capitalismo é completamente disfuncional. não tem qualquer redenção. não há qualquer futuro para ele. nem mesmo com algum “Relatório Lugano”.


(óbvio aqui que compreendo perfeitamente a linha de debate sobre um pós-capitalismo, um neo-ultra-feudalismo, como nos filmes).


afinal, capitalismo é um “modo de produção”, sim, mas do produção do quê? de tudo! da realidade, do desejo, da subjetividade, do tempo!



uma vez já fiz referência um filme antigo, “THX 1138”, agora cito outro: “Zardoz”.


“Elysium”, “Matrix”, “The Terminator” não são o futuro! é o que já está aqui. são a descrição do próprio capitalismo. só que narrado como estórias de ninar para os 1% (0,001%, na verdade).


só que mesmo os 1% são prisioneiros na Matrix. não tem nenhum “humano” no controle do capitalismo contemporâneo. já é a IA o gestor do capitalismo globalizado. e não este papo de “máquinas espirituais” e “singularidade científica”. menos ainda de Illuminati associados a Reptlianos.


o Kapital é o grande vampiro fazendo de todos apenas zumbis. esta é a “Revolução Z” renovada a cada momento. o Exterminador do Presente. deste eterno presente que se repete a cada dia.


por exemplo, “2001, Uma Odisséia no Espaço” jamais se cumpriu. porque era o futuro sob o olhar do presente, em 1968. tem um mainframe na nave! nada de web e notebooks e tablets...


robôs que se reproduzem? existem desde a Revolução Industrial (daí as reflexões de Marx em seu fragmento sobre as máquinas). do mesmo modo que os insetos fazem parte do processo de reprodução dos vegetais, as máquinas se reproduzem através do trabalho de pessoas nas fábricas.


outro lance: no filme “Interestelar” tem uma mega-nave se deslocando para outros planetas, levando nela exatamente o mesmo tipo de vida que destruiu as condições de vida na Terra. é muito bizarro! tem beisebol! e mesmo após o colapso ambiental, ainda praticam na Terra a monocultura extensiva.


são nada mais do que delírios paranóicos. a eterna frustração de narcisos apaixonados pela própria imagem, um reflexo intangível.


em “Interestelar” tem a sequência do hiper-cubo. aí sim o filme acerta em cheio no alvo. mas sem spoilers, desta vez.


outro filme, “A Chegada”, também foca direto no ponto. a cultura, a linguagem. o que é o tempo? o que é a “realidade”? e tem decorrências políticas fortíssimas. mais uma vez, sem spoilers.


esta discussão é fascinante. e absolutamente necessária.


abraços


p.s.: o mesmo com o assunto ET. sempre estiveram aqui! somos nós, os “humanos”. mais uma vez, uma fábula, uma metáfora, de nossa própria condição. temos uma profunda incapacidade de compreender uma “realidade”, que nada mais é do que produção incessante de nossa cultura, de nossas relações sociais. vivemos como “O Show de Truman”, um reality show dentro de uma gigantesca bolha.


p.s. 2: preenchi a verificação de segurança do GGN. não sou um robô. mas isto é bom ou ruim?


HAL, o Big Brother em 2001




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Vou publicar seu comentário como post no meu blog hj.

>> (óbvio aqui que compreendo perfeitamente a linha de debate sobre um pós-capitalismo, um neo-ultra-feudalismo, como nos filmes).


Pois é... vc vê que tem muito marxista aqui sem essa capacidade - o que NÃO é o caso do próprio Marx! rs


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->(óbvio aqui que compreendo perfeitamente a linha de debate sobre um pós-capitalismo, um neo-ultra-feudalismo, como nos filmes).


pois é... mas minha argumentação vai por outro rumo.


mesmo com toda sua genialidade, Marx era um cara de sua época. apesar de ateu, acreditava piamente na Razão, na Ciência e no Progresso. daí a suposição que o “avanço tecnológico” poderia libertar a humanidade do “jugo da necessidade”, cfe. apresenta no “Fragmento sobre as Máquinas”.


é a mesma narrativa que é apresentada por filmes como “Elysium”. uma pós oligarquia, uma neo aristocracia, tem tudo e vive do bom e do melhor, encapsulada num condomínio fechado, protegida por um exército particular, num regime de terror para os demais.


e aqui vem a contradição que este tipo de cenário sci-fi inutilmente tenta ocultar. como vivem os 0,001% hoje? como vivem os 8 homens que tem mais riqueza do que metade da humanidade?


estão libertos do “jugo da necessidade”?


ao contrário! são tão escravos do Kapital como o mais miserável dos trabalhadores. vivem prisioneiros da máquina de acumulação do capital.


qual a qualidade de vida deles? ok, tem helicópteros, jatinhos, iates, boeings, ferraris... mas e qualidade de vida? trabalham como uns condenados até morrerem. o tesão deles é a acumulação de capital fictício em suas contas de investimentos!


vejamos Temer. por que um sujeito com tanto patrimônio e renda se dedica ainda a se torturar e torturar a população? por que não está simplesmente curtindo a vida?


ah! o poder? qual poder Temer tem de fato? é um refém! qual poder tem de fato um CEO? é um vassalo do Conselho de Administração, compliance, acionistas, agências de risco, mercado...


nenhum “avanço tecnológico” nos libertará do “jugo da necessidade”. pois o “jugo da necessidade” é nada mais do que um produto de um determinado tipo de organização social. e não vai ser ela que nos libertará dele.


em outras palavras: o que chamamos de necessidade só existe sob relações sociais que a produzem enquanto tal.


(e aqui se abre outro papo decorrente desta afirmação: mas não precisamos comer, morar, vestir? sim! mas em quais condições!)


a invasão alien já aconteceu. somos nós, os insetos da colméia do capitalismo.


abraços a todos


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