Macron e a França: Presidente de uma potência nuclear… e aos 39 anos!
Por Romulus
- “Game over”: sim… Macron já está eleito (salvo o “imponderável”, como “jato caindo”).
- Mas é muito possível que Marine Le Pen “perca ganhando”…
- … o que pode ser fatal num país que tem um... “excesso de democracia”!
- Inclusive com um “terceiro turno” - legal! - logo agora em junho...
- Tranquilidade “diabólica”: está tudo de acordo com os planos de Madame Le Pen… afinal, seu alvo sempre foi… ~2022~ !
- … 2017 era - "apenas" - um building bloc… um “pilar” – necessário! – para sustentar os ~novos~... hmmm… “pavimentos” do seu “edifício”...
- … político!
*
“Game Over”
Já é dado como certo.
O jogo, agora, é para conseguir ou não manter o "6" na casa das dezenas da votação – majoritária – que Monsieur Macron terá sim.
(a desconsiderar o... “imponderável”, evidentemente)
Macron...
- ... virtualmente eleito presidente de uma potência nuclear, com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU...
- ... e aos 39 anos!
*
“Perder ganhando”
Se Marine Le Pen conseguir romper o "teto de vidro" dos 40% - mesmo que Macron ganhe por 59.9% - já terá tido uma (baita!) vitória moral nesta eleição.
Mal comparando, é como se um tal de "Partido Nazista", de um tal de “Adolf Jr.”, tivesse uma votação de mais de 40% (!) na Alemanha de 2017.
- Imaginem o terremoto político!
Notem bem:
Essa “vitória” não será apenas “moral”!
Com os 17% que teve em 2002, quando não foi ao segundo turno, Marine Le Pen já conseguiu transformar o Front National no maior partido do país. Ou, ao menos, o ~mais votado~ nos primeiros turnos das eleições locais.
Eleições onde muitas vezes o FN bateu com a cabeça nesse tal “teto de vidro”, dos mesmos 40%...
Sim, bateu... mas, mesmo com isso, ficou não raro muito à frente dos “irmãos gêmeos e rivais” – a esquerda e a direita tradicionais (hoje, PS e LR).
Ambos, os partidos que se alternaram no poder durante toda a 5a República.
Notem bem:
Alternaram-se como ~camaradas~... os únicos sócios de um clube exclusivíssimo!
Sem esquecer, é claro, que quase todos os Ministros dos governos que se alternaram - de direita e de esquerda - têm a ~mesma~ origem social...
E isso não é tudo!
- Mesmo a origem profissional-acadêmica deles é a mesma: as "Grandes Écoles"!
Muitas e muitas vezes na política francesa os líderes do governo e da oposição de turno foram colegas de faculdade - quando não dividiram o mesmo dormitório!
Vezes houve, inclusive, em que chegaram a... se casar e constituir família!
Para vida e para a política!
Casos de, por exemplo, Jacques e Bernardette Chirac, bem como de François Hollande e Segolène Royal.
Notem bem: (2)
Essa "fratrie", essa "irmandade", não envolve "apenas" a classe política:
- Todos os dirigentes das grandes empresas (o "CAC 40"), os chefes da associação dos industriais (MEDEF), os banqueiros, os grandes herdeiros e a elite do funcionalismo público têm algo em comum (além de dinheiro e poder): todos são alumni das...
- ... Grandes Écoles!
Faz até sentido: são escolas - criadas por Napoleão, quem mais? - justamente para formar a ~nova~ "Nobreza" da França (tendo a antiga perdido a cabeça na Revolução):
- o ~alto~ funcionalismo público.
Pois advinhem de onde vem Monsieur Macron??
Science-Po Paris + ENA:
- Duplamente alumni de Grandes Écoles!
(e se vende como o "novo"... o candidato "anti-sistema"... hahaha)
Sim, bateu... mas, mesmo com isso, ficou não raro muito à frente dos “irmãos gêmeos e rivais” – a esquerda e a direita tradicionais (hoje, PS e LR).
Ambos, os partidos que se alternaram no poder durante toda a 5a República.
Notem bem:
Alternaram-se como ~camaradas~... os únicos sócios de um clube exclusivíssimo!
Sem esquecer, é claro, que quase todos os Ministros dos governos que se alternaram - de direita e de esquerda - têm a ~mesma~ origem social...
E isso não é tudo!
- Mesmo a origem profissional-acadêmica deles é a mesma: as "Grandes Écoles"!
Muitas e muitas vezes na política francesa os líderes do governo e da oposição de turno foram colegas de faculdade - quando não dividiram o mesmo dormitório!
Vezes houve, inclusive, em que chegaram a... se casar e constituir família!
Para vida e para a política!
Casos de, por exemplo, Jacques e Bernardette Chirac, bem como de François Hollande e Segolène Royal.
Notem bem: (2)
Essa "fratrie", essa "irmandade", não envolve "apenas" a classe política:
- Todos os dirigentes das grandes empresas (o "CAC 40"), os chefes da associação dos industriais (MEDEF), os banqueiros, os grandes herdeiros e a elite do funcionalismo público têm algo em comum (além de dinheiro e poder): todos são alumni das...
- ... Grandes Écoles!
Faz até sentido: são escolas - criadas por Napoleão, quem mais? - justamente para formar a ~nova~ "Nobreza" da França (tendo a antiga perdido a cabeça na Revolução):
- o ~alto~ funcionalismo público.
Pois advinhem de onde vem Monsieur Macron??
Science-Po Paris + ENA:
- Duplamente alumni de Grandes Écoles!
(e se vende como o "novo"... o candidato "anti-sistema"... hahaha)
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“Excesso de democracia”
A França - numa deformação (bastante) disfuncional - tem eleição quase todo ano!
Municipais, depois departamentais ("Estados"), depois regionais (como se as regiões do Brasil - NE, SE, N, S, CO - tivessem um "uber-governador", acima dos governadores estaduais) e, finalmente, as eleições nacionais.
Ou seja: 4 eleições a cada 5 anos (!)...
Imaginem a “estabilidade” de que goza o ocupante do Palácio do Eliseu...
... bem como a “mão livre” que tem para tomar medidas impopulares, mas necessárias no longo prazo.
Imagine-se, portanto, o que a mesma Marine Le Pen seria capaz de fazer no próximo quinquênio, agora cacifada – não mais com os 17% de 2002, mas... – com 40%!
E não é tudo!
- Seguirá o baile... com o business as usual do novo Presidente, Monsieur “Emmanuel ~Hollande~ ” - na síntese – genial! – dos marqueteiros de François Fillon (candidato do LR derrotado neste domingo).
Sim... ao que tudo indica o Dauphin de France seguirá com a política econômica do Rei-papai (ora guilhotinado).
Ou seja: o “austericídio” – sim... “envergonhado”, todos sabemos... mas e daí? – seguirá...
... mas agora sob o reino do “Príncipe-herdeiro”, Macron, que a partir de hoje passa a contar os dias para a sua coroação.
*
Imperium – Ave ~Cesaria~ !
Príncipe Macron já conta com a benção, inclusive, da...
- ... “Sacro-Imperatriz Romano-Germânica”, Frau Merkel!
(cujo apoio “entusiasmado” a Monsieur Macron, evidentemente, já foi ao ar na TV alemã... ainda nesta noite)
- Ou seria... ~Papisa~ da (nova) "cristandade" europeia?
(Afinal, defende na Terra os "dogmas" do "Deus Mercado"... tem hóstia e tudo... também circular: a moeda de € 1,00 (!))
*
Construção de uma “Catedral” levava séculos na Idade Média... já agora...
Com o muito provável impulso nas eleições locais, Marine Le Pen ganhará (ainda mais) capilaridade.
E, se a economia global não decolar nos próximos 5 anos (??), virá com tudo para...
- 2022!
Sim... 2022...
<< ~2022~ sempre foi o alvo de Le Pen...
2017 era - "apenas" - um building bloc...
um “pilar” – necessário! –
para sustentar os ~novos~... hmmm...
“pavimentos” do seu “edifício”...
político!>>
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O “Terceiro Turno”
Outra coisa é que em junho haverá as eleições legislativas.
Que - de maneira muito saudável e recomendável! - se dão após já se saber (e já se digerir politicamente) quem foi eleito o chefe do Estado.
Pois agora ninguém é capaz de dizer quais serão os partidos mais votados nessas eleições... marcadas para daqui a pouco mais de um mês...
É bem possível que ~nenhum~ partido conquiste a maioria absoluta. Assim, a formação de uma maioria só se daria por coalizão.
Adicionalmente, quase certamente o "novo partido" de Macron não terá essa maioria (sozinho).
Assim, a disputa politica passa para a próxima fase:
- Qual será a maioria, que formará “o” governo (chefiado pelo Primeiro Ministro, não pelo Presidente!).
- A maioria eleita - e o seu líder, o... Primeiro Ministro! - serão alinhados a Macron?
- Ou voltaremos a ver uma coabitação (*) na França?
(*) “coabitação”... que ~deveria~ ter acabado com a mudança constitucional que reduziu o mandato do Presidente de 7 para 5 anos... e estabeleceu a coincidência entre a eleição presidencial e a legislativa a partir de 2002 – separadas por apenas algumas semanas.
- E de fato acabou!
Mas...
Voltou a ser possível ~agora~ ... com a ~implosão~ do PS e do LR nesta eleição.
Enterrou-se ~hoje~ o bipartidarismo - "branco"... informal... – francês. Esse sistema dual foi mantido até aqui pela mitigação da proporcionalidade na eleição para a Assembleia Nacional, realizada em 2 turnos. Os dois maiores partidos sempre saem – ou melhor: saíam – vencedores.
Para que se tenha uma noção da – absurda por “demófoba”... – distorção do sistema francês, o Front National, o partido mais votado do país, tem atualmente apenas 2 (!) deputados na Assembleia Nacional.
Isso mesmo: só 2 deputados!!
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Atualizações
Mais tarde acrescento a consolidação dos (muitos) comentários que fiz hoje, ao longo do dia, nas redes sociais.
Aguardem.
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Mas enquanto isso...
Aqui o artigo cobrindo o dia de votação (ontem), onde há também link para os demais artigos da série sobre a eleição francesa:
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Mas enquanto isso...
Aqui o artigo cobrindo o dia de votação (ontem), onde há também link para os demais artigos da série sobre a eleição francesa:
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