“Bem me quer, mal me quer”: como Lula – e o Golpe – usam Fernando Haddad
É evidente que na política, que vive de sinais, não há ingênuos. Portanto, todas as partes envolvidas bem sabiam como os articuladores do Plano B – dentro do PT e no Golpe (i.e., aqueles ostensivamente no Golpe) – explorariam a visita de Haddad a Lula – apenas a segunda em quase 3 meses (!) de prisão; bem como a concessão – “concessão”! – a Haddad da prerrogativa de “visitar” o ex-Presidente, agora a qualquer tempo, na qualidade de seu “advogado”.
Lula deu sinais – verdadeiros? – de que ainda está aberto à negociação. E de que, a depender da conjuntura e dos termos do “acordo global” atingido, segue existindo a possibilidade de o Golpe lograr indicar o candidato “do PT”. A “metamorfose ambulante” Lula retomaria, dessa forma, a velha tática de soltar – como “seus” – diversos cavalos, concorrentes entre si, num mesmo páreo. Para, ao final, escolher aquele que se viabilizar. E renegar o(s) derrotado(s).
No caso atual, os “cavalos” mais discerníveis seriam (i) a composição com o Golpe, via Haddad, e (ii) a confrontação total, melando a farsa eleitoral com a não substituição do seu nome como o candidato do PT. Nessa última hipótese, assim como no caso da indicação de Haddad para ser “o coordenador do programa de governo”, a proximidade terá servido para manter o “inimigo” sob vigilância.
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